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A Guerra | EP37 | Os projectos independentistas para Angola


Hoje, grande parte dos homens portugueses com 65 ou mais anos têm uma história de vida associada à Guerra Colonial, tendo experienciado episódios em palcos de guerra, em muitos casos traumatizantes, os quais são sentidos e interpretados de forma diferenciada. Sendo o processo de envelhecimento heterogéneo e dependendo ele não só dos aspetos genéticos e fisiológicos, mas também de todo o percurso vivencial e psicossocial, pretendeu-se através deste estudo obter um conhecimento dos significados e relevância da experiência em Guerra, nos antigos combatentes, com o objetivo de saber como estes idosos vivenciam a sua condição de vida marcada pela guerra, captando desta forma as suas representações face às marcas visíveis ou silenciadas e a necessidade de reconhecimento político e social. O estudo pretendeu ainda dar conta do trabalho institucional que a Liga dos Combatentes tem vindo a desenvolver, no sentido de intervir no apoio ao idoso antigo combatente, em situação de vulnerabilidade, no campo da saúde e da solidariedade social. Foram realizadas entrevistas aprofundadas a doze idosos, baseadas na técnica de relato de vida, selecionando-se antigos combatentes com perfis diferenciados e duas entrevistas a técnicos dos Centros de Apoio Médico, Psicológico e Social (CAMPS). Procedeu-se à recolha e análise de documentação sobre a problemática em torno do envelhecimento da população portuguesa e, em particular, ao idoso combatente da guerra colonial, com especial relevo sobre as questões legislativas relacionadas com as medidas acionadas pelo Estado Português no apoio a esta população. O mesmo foi realizado no que se refere à génese da Liga dos Combatentes e, designadamente ao trabalho desenvolvido na atualidade no acompanhamento clínico e social ao combatente. Foi possível concluir que para os sujeitos entrevistados a experiência de guerra foi penosa para todos, quem participou na guerra não voltou o mesmo e o reconhecimento da Nação tem sido pouco ou nenhum para os que nela participaram. Contudo, apesar dos episódios marcantes e dramáticos que viveram, esse período acabou por constituir um fator de crescimento pessoal, promovendo uma maior consciencialização social e política, tornando-os mais reflexivos e proativos em relação à sua condição social. No que respeita à intervenção Institucional, reconhece-se o papel fundamental que a Liga dos Combatentes tem na proteção ao combatente, através da criação de respostas de ação concretas e adequadas a cada caso, promovendo assim um maior bem-estar social e psicológico do idoso, na condição de antigo combatente, baseando todo o seu trabalho numa relação de confiança, atenção e respeito pela pessoa.

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