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Guerra do Ultramar: Guiné - 2.ª parte


O CERCO A GUIDAGE

Em 1973 o autor, José Moura Calheiros, prestava serviço no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 21, de Bissalanca (Guiné). Em 23 de Maio desse ano, numa operação por si comandada e tendo como missão atingir e reforçar a guarnição de Guidage, cercada pelo PAIGC, a Companhia de Caçadores Pára-quedistas 121 sofreu quatro mortos, dos quais três tiveram que ser inumados num cemitério localizado na cerca do aquartelamento daquela localidade.

O livro é profusamente ilustrado, sendo muitas da fotografias da autoria de Alfredo Serrano Rosa

Trinta e cinco anos depois, em Março de 2008, o autor regressa à Guiné integrado numa Missão da Liga dos Combatentes destinada a exumar, em Guidage, os cadáveres daqueles três militares pára-quedistas e de outros sete do Exército. No livro o autor conta-nos toda a problemática relacionada com a expedição: os antecedentes, a preparação e o seu desenrolar, Simultâneamente descreve o ambiente da Guiné de hoje comparando-o com o do tempo da guerra; os usos, costumes e religiões da região de Farim e Guidage; o sentimento da população em relação ao antigo colonizador; as mágoas dos guineenses antigos militares portugueses por Portugal os ter enganado e abandonado; conversas com velhos guerrilheiros. Ao longo da missão ocorrem situações que lhe fazem recordar o passado, o tempo da guerra. Nestes momentos de rebuscar das memórias “assistimos” à evolução da guerra, bem como à do pensamento do autor sobre ela. Pela ordem temporal das sucessivas comissões, ele descreve e caracteriza os três Teatros de Operações: Angola, primeiro, para onde vai cheio de entusiasmo, certo de que a guerra seria ganha depressa.. A primeira comissão, em Angola, iniciada na “certeza” de que a guerra seria ganha rapidamente. O entusiasmo à partida, cheia de ideais e de utopias para cumprir. Os ardis utilizados para que a família não estivesse preocupada O primeiro contacto, muito desagradável, com o clima, compensado pela beleza e grandiosidade das paisagens de África. O espanto pela coragem de muitos colonos, que encontrava completamente isolados do resto do mundo. A ambientação ao capim e à mata. O encontro com a guerra, ainda mais horrível do que imaginara. O baptismo de fogo. O choque sentido com as condições de vida das populações refugiadas nas matas A progressiva perda das ilusões e do entusiasmo com que partira da Metrópole.

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