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MILITARES, QUE DERRAMARAM O SEU SUOR, SANGUE E LÁGRIMAS E O RECONHECIMENTO PELOS COMBATENTES?


Sangue, suor e lágrimas

Para além de actualmente estar muito na moda fazer, ter e mostrar o seu corpo tatuado, nos anos 60 e 70, também, e principalmente os ex-Combatentes, se tinha por hábito/costume, fazer tatuagens. Julgo eu que a razão principal não era só por moda. A tatuagem, para os nossos camaradas que fizeram a guerra do Ultramar, era assim como uma espécie de selo, uma marca do seu estado de espírito na altura (... mas também um sinal da sua passagem por África e pela guerra, para que mais tarde todos vissem, na Metrópole, por onde eles passaram e o que passaram). Achei, portanto, que seria um tema interessante para o nosso blogue, não só para que comentem as minhas afirmações anteriores, se estarão correctas ou não, ou se haverá outras razões [para explicar o fenómeno], que julgo que sim. Desde 1970 até aos nossos dias, tenho visto tatuagens lindas e bem feitas, outras não tanto (estou a referir-me somente a tatuagens feitas durante 1963 /74, relacionadas ao que normalmente se fazia na altura em comissão de serviço no Ultramar). Daí eu fazer o desafio/pedido para que enviem as imagens das vossas tatuagens, e comentá-las se possível, pois tenho a certeza que vamos ter uma grande colecção delas e com comentários interessantes. E, para iniciar, envio a minha, que é muito simples, e que vou comentá-la: O meu Batalhão desembarcou em Bissau no dia 15/11/69, e só no dia 22/11/69 se iniciou a sua deslocação para Nova Lamego (Gabú). Nesses dias que fiquei em Bissau, fui visitar um amigo pára-quedista, e logo nesse dia, ao apresentar-me um seu camarada, que na altura estava a fazer uma tatuagem, eu comentei que gostaria também de fazer uma e ele de pronto ofereceu para ma fazer. Eu só quis que apenas escrevesse GUINÉ e por baixo a data da chegada à Guiné (15-11-69), até porque na altura não tinha tempo para fazer uma mais elaborada. Durante a Comissão não fiz mais nenhuma, em parte porque esta ficou um pouco mal feita, não só o grafismo mal desenhado e com poucas picadas de tinta da china, como duas das picadas terem infectado (Como devem lembrar, elas eram feitas com uma simples agulha de coser, molhadas num tubo de tinta da china e espetadas na pele). Não havendo muita perícia nesse manusear de agulha, por vezes entrava pela carne dentro e fazia sangrar.

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