A REBELIÃO DO CASSANGE, 4 DE FEVEREIRO DE 1961,O QUE OS COMUNISTAS DISSERAM.
ISTO SIM, FIZERAM OS REVOLUCIONÁRIOS DO 4 DE FEVEREIRO DE 1961 EM CASSANGE.
VERSÃO DOS COMUNISTAS PORTUGUESES E ANGOLANOS.
Sob o lema “Firmes e unidos, engajemo-nos no processo de diversificação da economia”, o acto político será antecedido de uma homenagem aos Mártires da Repressão Colonial, com a deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, no cemitério monumento de Teka-dya-Kinda. Além da intervenção do ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria e do governador da província, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, está prevista igualmente a leitura de uma mensagem de um sobrevivente do massacre da Baixa de Cassange e a exibição de um documentário sobre o 4 de Janeiro de 1961. Está igualmente prevista a entrega, pelo Governo Provincial de Malanje, de títulos de concessão de terra a 250 membros da Associação Nacional da Baixa de Cassanje. Em Malanje, o acto é aguardado com expectativa pela população, em particular pelos sobreviventes do massacre da Baixa de Cassanje. A este propósito, a secretária-geral da Associação Nacional da Baixa de Cassanje, Telma Pitra Grós, apelou ao Governo da Província de Malanje para incrementar a reabilitação das vias de acesso, para impulsionar o desenvolvimento da região de Kassanje. “Temos esperança que o nosso Governo vai ajudar no melhoramento das vias de acesso, para que haja mais dinamismo e brevidade na materialização dos projectos de impacto social e não só”, realçou. A associação tem 12 mil membros, entre sobreviventes, órfãos e viúvas das vítimas do massacre. Consta dos seus projectos a criação de cooperativas para ajudar os sobreviventes do massacre e suas famílias na perspectiva de geração de postos de trabalho e de rendimento. O soba da regedoria de Zage, Cruz Zonda, do município do Quela destaca o sentido histórico do 4 de Janeiro, data consagrada aos Mártires da Repressão Colonial, na vasta região Baixa de Cassanje, na província de Malanje. Em declarações à imprensa, a mais alta autoridade tradicional pediu a todos os angolanos para preservarem a todo o custo a paz, bem como a união e a compreensão entre os cidadãos para contribuírem para a edificação sólida do país. Ao recordar os acontecimentos, o entrevistado referiu que o acto condenável culminou com a destruição da localidade e a morte de seus familiares, por terem reivindicado contra o trabalho forçado e o baixo preço do algodão, na companhia luso-belga Cotonang, actualmente em ruínas, tendo sido mortos na altura mais de mil camponeses na localidade do Teka-dya Kinda. O 4 de Janeiro, frisou, é uma data de festa, mas também de reflexão por parte de todos os angolanos. Considera que o dia constitui um dos principais marcos que abriu o caminho da luta de libertação nacional contra o jugo colonial e permitiu outras conquistas do povo angolano, como a Independência Nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975. Milhares de mortos A 4 de Janeiro de 1961 colonos portugueses reprimiram cerca de 20 mil camponeses angolanos, naquilo que ficou na história como o Massacre da Baixa de Cassanje, território localizado entre as províncias de Malanje e da Lunda Norte. A efeméride é assinalada no país como uma data de celebração nacional, considerada Dia dos Mártires da Repressão Colonial. Nesse dia, trabalhadores agrícolas das plantações de algodão da companhia luso-belga Cotonang, na Baixa de Cassanje, revoltaram-se contra o trabalho escravo, destruindo plantações, pontes e casas. A resposta dos colonos portugueses não tardou com o envio da Força Aérea Portuguesa, que bombardeou indiscriminadamente a região, com projécteis napalm, tendo provocado a morte de milhares de cidadãos. Os acontecimentos da Baixa do Cassanje aumentaram a consciência de liberdade dos patriotas angolanos que, a 4 de Fevereiro do mesmo ano, resolveram desencadear uma luta armada contra o regime fascista português, culminando com a proclamação da independência do país, a 11 de Novembro de 1975. A acção de 4 de Janeiro de 1961 pode ser associada ao fim da II Segunda Guerra Mundial e à independência de vários países africanos, com destaque para o antigo Congo Belga, actual República Democrática do Congo (RDC), cujo território partilha uma fronteira extensa com Angola.