Tropa de Elite Portuguesa em Africa - Comandos Flechas
O Regimento de Comandos, Centro de Tropas Comandos ou os Comandos são uma força de elite do Exército Português com treino avançado para a realização de operações ou manobras que envolvam alto risco e baixo índice de sucesso, que poderiam ser apenas realizados por uma infantaria altamente qualificada. Os Flechas foram forças de operações especiais dependentes da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), criadas, inicialmente em Angola, para actuar na Guerra do Ultramar. Os membros dos Flechas eram recrutados entre determinados grupos nativos, nomeadamente ex-guerrillheiros e membros da etnia bosquímane (khoisan). Os bosquímanos que historicamente tinham sido invadidos pelos povos Bantu não tinham qualquer problema a aliar-se aos portugueses, dado que viam nos movimentos de libertação o Bantu invasor do seu território. Estes eram especialmente escolhidos pelas seus conhecimentos do inimigo, conhecimento do terreno, conhecimento das populações locais, etc. É de salientar que os bosquímanos eram um povo caçador-recolector, logo exímios intérpretes de rastos e pistas deixadas no terreno pelo inimigo dada a sua experiência em perseguição de caça. Esses membros nativos eram enquadrados por oficiais do Exército Português e por agentes da PIDE e recebiam treino de forças especiais. Os Comandos nasceram como força especial de contra-guerrilha, correspondendo à necessidade do Exército Português de dispor de unidades especialmente adaptadas a este tipo de guerra com que, em 1961, se viu enfrentada, durante a Guerra do Ultramar. A força destinava-se a: - Realizar acções especiais em território português ou no estrangeiro; - Combater como tropas de infantaria de assalto; - Dotar os altos comandos políticos e militares de uma força capaz de realizar operações irregulares. A instituição torna-se operacional em 25 de junho de 1962, quando, em Zemba, no Norte de Angola, foram constituídos os primeiros seis grupos do que seriam considerados os antecessores dos comandos. Seria criado o CI 21 (Centro de Instrução de Contra-Guerrilha), que funcionou perto do Batalhão de Caçadores 280, e que contou como instrutor com o fotógrafo italiano e antigo sargento da Legião Estrangeira, Dante Vacchi, que já trazia experiência das guerras em Argélia e Indochina.