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NIASSA - O ESTADO DE "MINAS GERAIS"


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Niassa, o estado de "minas gerais"

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Acabadas as seis semanas do IAO no Regimento de Infantaria n.º1 na Amadora e depois de um curto periodo de férias de "despedida" eramos mais de cem homens que compunham a Companhia de caçadores 4141 os gaviões considerados prontos como carne para canhão para o teatro de guerra em Moçambique.

Esta primeira etapa da minha viagem numa tarde de 12 de Novembro de 1972 terminou junto do aeroporto de Lisboa foi uma das mais angustiantes de que me recordo em toda a minha vida e julgo não só para mim mas para nós todos pois era a primeira prova concreta a certeza ultima de ser verdade aquilo que nos esperava: a guerra!.o "Niassa." O avião dos T.A.M. preparado pronto a voar para Moçambique até fazer a abitual escala em Luanda para o seu reabestecimento após passado uma hora o avião já se encontrava lá no alto rasgando as nuvens com destino à cidade da Beira Moçambique onde desembarcamos no dia 13 de Novembro de 1972 nos deslocamos para a Unidade Militar.

No dia 15 de Novembro de 1972 embarquei com o primeiro escalão com o comandante da Companhia num avião fretado que fez escala em Nova Freixo.No mesmo dia fui transportado para a estação dos caminhos- de -ferro segui-se um dia de comboio para percorrer os sete centos e tal quilómetros de via férria até Vila Cabral Capital da Provincia do Niassa conhecida na giria da tropa pelo «ESTADO DE MINAS GERAIS»Daqui eu ainda percorri cerca de 12 horas os 60km que faltavam até Meponda junto do lago Niassa estrada em que foram "picados" todos os palmos de terra que os rodados dos camiões haveriam de percorrer.

Mas o primeiro escalão da Companhia lá embarcou na lancha da Marinha até Metangula cerca de 80 km a Norte que teria que percorrer aínda por picadas minadas as dezenas de quilómetros que faltavam até ao Lunho.

Pendurado no meio da cozinha do rancho geral preso por um arame um ferro que servia de badalo ao sino improvisado este que servia de sinêta era usado para chamar o pessoal para se colocarem em fila ordenadamente para ser servido as refeições.Estava sempre atento no Lunho não premitia descuidos só a sua fama era suficientemente para despertar o mais sonolento dos soldados.No Lunho os "velhinhos" durante alguns dias ficamos ocupados com a tranferência de todos os materiais da companhia que fomos render para a nossa.Acabada esta entrega e dados

"LUNHO O INFERNO ONDE OS ANJOS RIEM"todos os conselhos pelos "velhinhos" ali ficamos entregues a nós próprios sem experiência no Lunho (o inferno onde os anjos se riam).

"Já se passaram 44 anos" 12 de Novembro de 2016 dia de S.Martinho"

"NIASSA MOÇAMBIQUE "LUNHO" 1972.

NO DIA 19 DE NOVEMBRO DE 1972 CHEGUEI AO LUNHO COM A C.CAÇ 4141 OS GAVIÕES:

Esta Companhia ficou sediada num aquartelamento mais isolado a Noroeste do Niassa..

O seu ambiente era só mato e os Montes que vigiavam de perto e de longe..... montes mais pequenos como lijombos e grandes como o Chissindo.

Para os que estavam do lado de cá! O Lunho ficava lá no fim do mundo mas para nós que estavamos lá! aqueles 17 Km que nos separavam da Companhia e da povoação mais próxima - Nova Coimbra eram intermináveis....Era necessário todo o carregamento de frescos que chegava num pequeno avião e tinha de dar para toda a semana 200 kg de carne fruta o correio e pouco mais.Cada quilómetro teve uma história:era uma emboscada era uma mina que se detetava e era levantada era uma viatura que atascava e obrigava horas e horas de trabalho angústiante eram patrulhamentos.Havia sangue e suor e esforço dos que iam para as operações dos que iam fazer proteção a uma coluna dos que iam compor o itinerário dos que iam carregar às costas os reabastecimentos que não chegavam lá de avião porque a pista de aviação durante as chuvas se alagava e o nome do Lunho metia muito respeito.Impressionava os que não estavam lá porque os que estavam! estavam acostumados e jogavam a apreensão de cada dia com a naturalidade dos que todos os dias saiam de casa para o emprego.Era o aquartelamento e todo o horizonte: era vegetação rasteira e plana na maior parte da vista ao redor e para o outro lado umas grandes montanhas e a subida para a Miandica.Claro que que não havia lá mais nada não havia viva alma à volta! As casernas de material pré-fabricado em chapas de zinco disseminadas mais ou menos irregular desordonadamente.Para quem não soube o Lunho ficava lá para o fim do mundo! aquela picada cheirava a trótil a destruição e a morte.Nós soldados isolados ali perdidos no meio do mato passou a ser o centro daquele aquartelamento onde só reinava o terror e o medo.

No Lunho também pude ver uma capela sem padre que deixava circular livremente a luz e o ar sobre umas chapas de zinco e por entre umas colunas de madeira que sustentavam o teto zincado.

Vi uma cruz na frente daquele local destinado à oração mas esquecido para tal fim.Era pois este o indicativo e só de capela ou algo análgo.Dentro daquelas e debaixo das folhas metálicas encontravam-se ao fundo umas cruzes imperfeitas com Cristos crucificados uma Santa aparecida na Miandica que foi transportada para o Lunho e colocada nesta mesma capela em cima de um Nincho. Era a imagem da nossa sra de Fátima de terço a pender das mãos ar triste talvez por se encontrar só no meio de um ambiente bélico e sem estatutos uma chapa de ferro sobre um bidão servindo de altar para a celebração do Santo Oficio.

Um capelão militar um certo dia se deslocou ao Lunho em Janeiro de 1973 afim de celebrar o Santo Oficio na capela do Bidões.

PALAVRAS DO SR. "CAPELÃO"

Uma vêz mais "eis" que não tenho um altar nem toalhas nem hóstias nem cálice para a celebração da missa.Estamos em plena guerra de rigorosa prevenção.As tropas de Elite saíram para uma operação não pode haver ajuntamentos ou atividades que não premitiam uma reação pronta e imediata.Estamos em pleno mato.Éra o destacamento mais pequeno e isolado da companhia. No meio do maior isolamento e deseloção! Eramos cerca de três dezenas de soldados.Tinha os nervos num feixe o sr "Capelão" como eles? mas não podia dar a entender.Éra pior a expectativa do que a ação planeada e movimentada comentou o comandante do destacamento do Lunho Capitão António Cardoso. Muito perto do destacamento encontravam-se implantadas algumas das bases mais importantes e perigosas da "FRELIMO" nomeadamentea da Mepotxe

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