Museu antigo das Tropas Páraquedistas de Portugal
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DEZ DÉCADAS DE FORÇA AÉREA
Por Miguel Machado • 8 Mar , 2015 • Categoria: 08. JÁ LEMOS E... Print
É sempre possível fazer melhor, mas a partir de agora vai ser difícil! Pode parecer exagerada a afirmação, mas é o primeiro sentimento que temos em relação à história ilustrada dos primeiros cem anos de aviação militar em Portugal, que acabamos de ler e ver com atenção.
Claro que nada é definitivo e a procura da excelência, mais tarde ou mais cedo, estou certo, vai trazer-nos novas e belas obras sobre a temática deste livro que a Comissão Histórico-Cultural da Força Aérea e a Editora By the Book acabam de lançar. Este no entanto, por vários motivos que a seguir desenvolvemos, merece este entusiasmo.
Nos últimos anos outros excelentes livros sobre a Força Aérea Portuguesa têm sido publicados, e só para dar alguns exemplos paradigmáticos desta realidade recordo o “Aeronaves Militares Portuguesas no século XX” (em 2000), uma autêntica enciclopédia de aeronaves militares portuguesas, o “Força Aérea 50 anos” (em 2002), muito abrangente, ou mais focados num tema como o “A Aviação na Madeira” (em 2010) e “F-16 Falcões e Jaguares” (em 2011), ou mesmo os detalhados livros publicados por algumas esquadras, autênticos repositórios de informação do maior interesse para as respectivas histórias, e os pouco conhecidos (edição dos autores) alusivos a aeronaves do Museu do Ar, como o “Junkers Ju.52/3m ge N.º 6304” (em 2010), com um trabalho de investigação demorado e cuidadoso, impagável, é o mínimo que se pode dizer, e ainda, não esquecemos por último, vários artigos que a revista “Mais Alto” tem publicado, investigações de igual calibre que colaboradores externos ou antigos militares partilham com o público interessado através da revista da Força Aérea. Tudo isto é história da Força Aérea Portuguesa e alguns abordam os seus antecedentes no Exército e na Marinha.
O “Dez Décadas de Força Aérea, Centenário da Aviação Militar Portuguesa”, distingue-se no entanto, quanto a nós, não por um factor mas pela soma dos seguintes:
– Englobar todo este primeiro século de aviação;
– Estar organizado em décadas e o autor fazer para cada uma delas, avaliação sucinta mas clara do que esses dez anos representaram no contexto dos cem, de algum modo hierarquizando a sua importância relativa e caracterizando-as, dando-nos hoje em 2015, uma perspectiva histórica muito interessante daquilo que foi sendo a aviação militar, não esquecendo uma avaliação do momento presente;
– A excelência das fotografias escolhidas, com destaque para as mais antigas (muitas como foi referido na apresentação da obra meticulosamente recuperadas), não só por serem menos conhecidas – longe dos tempos do digital e da difusão maciça de (excelentes) imagens de aviação pelas redes sociais – como por nos transportarem para épocas marcantes da história militar de Portugal;
– O detalhe das legendas que só por si transmitem muita informação técnica e histórica inédita sobre as aeronaves e os acontecimentos envolvidos;
– Os mapas que nos dão a evolução organizacional da aviação militar portuguesa ao longo deste século em Portugal e nas antigas Províncias Ultramarinas;
– O design adoptado que permite – muitas fotografias de grandes dimensões – ir ao detalhe das máquinas, o que é sempre do gosto dos entusiastas a quem todos os pormenores “do avião” interessam, articulando este aspecto com os mapas, imagens mais pequenas mas igualmente significativas e alguns detalhes interessantes como a evolução das marcas nacionais das aeronaves (página 3 – aqui, na respectiva legenda, talvez a inserção das datas de cada uma não ficasse mal), o aproveitamento do interior da capa e contra-capa para inserir dois curiosos índices dos aviões por página, por ordem cronológica e ordem alfabética (além do índice da obra, página 5).
Naturalmente não nos vamos adiantar mais sobre o que o autor – Tenente-General Piloto Aviador Mimoso e Carvalho – escreveu na sua avaliação sobre as diferentes épocas, a sua “classificação”, mas não deixaremos de referir que o faz com rigor histórico e ao mesmo tempo, com o necessário equilíbrio institucional – não esqueçamos que se trata de uma obra oficial, prefaciada pelo Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General Piloto Aviador José Araújo Pinheiro – para abordar as dificuldades e aspectos negativos que em cada época se fizeram sentir, nomeadamente as limitações actuais decorrentes de restrições orçamentais que influenciam mais a quantidade do que a qualidade de pessoal e máquinas.
A obra, no período da Força Aérea Portuguesa, não esquece as Tropas Pára-quedistas (1955-1993 neste ramo), com várias referências, constituição, período da guerra, anos 80 e extinção, como também se refere e ilustra a Esquadrilha de Helicópteros da Marinha (1993-actualidade). Na actualidade todos os componentes que fazem uma Força Aérea são abordados e não faltam referências à instrução, patrulhas acrobáticas, museu do ar, banda, a simulação, os UAV, o centro de medicina aeronáutica, o centro de treino e sobrevivência, a academia da força aérea, a protecção da força, o tráfego aéreo, as comunicações, e mais, um pouco de tudo, no fundo as especialidades, todas são necessárias, para em conjunto garantir “os aviões no ar”.
Em suma, quer do ponto de vista do conteúdo quer da forma, estamos perante uma obra que assinala de modo exemplar este primeiro século de aviação militar em Portugal.
«Publicado no âmbito das Comemorações do Centenário da Aviação Militar em Portugal que decorrem entre 14 de maio de 2014, cem anos após a publicação da Lei 162 que criou a Escola Aeronáutica Militar e 17 de julho de 2016, igualmente cem anos sobre a realização do primeiro voo na Escola Aeronáutica Militar de Vila Nova da Rainha, efetuado por um piloto militar português numa aeronave do Ministério da Guerra».
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