SALAZAR E A TRAGÉDIA DE MADINA DO BOÉ
Guiné 63/74 - P3955: Dossiê Madina do Boé e o 24 de Setembro O local estava minado e o PAIGC sabia-o Jorge Félix Guiné Algures Maio de 1973 A 25, Costa Gomes, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, visita o CTIG: ei-lo aqui à direita de Spínola, falando com milícias guineenses. Foto do francês Pierre Fargeas, que fazia a manutenção dos helis AL III, na BA 12, Bissalanca 1. Comentário, enviado em 25 de Fevereiro de 2009, pelo nosso camarada Jorge Félix ex-Alf Mil Pil Al III, BA 12, Bissalanca, Guiné, 1968/70 a quem já saudámos pelo seu regresso ao nosso convívio Assunto - P3909: Perguntas, por que é que a FAP não bombardeou Madina de Boé em 24/9/73 ? Não tenho qualquer dado para responder a isso, mas posso contar o que aconteceu em 69. A data, 6 de Fevereiro de 169 , que tu indicas como sendo a do abandono de Madina do Boé, não condiz com a minha caderneta de Voo. Tenho na memória que fiz parte dessa enorme operação mas nessa data tenho registado TEVS e TMAN em Teixeira Pinto. Não terá sido em 20 de Fevereiro 69 ? Recordo-me que fiz algumas operações de evacuação por ataque de abelhas no dia do abandono de Madina. Como sabes, Madina foi abandonada mas ficou "minada". Passados uns dias (?) desta retirada, Spínola foi com um fotógrafo, o Maj Bruno e cinco páras, fazer umas fotos pois o Paris Match tinha publicado imagens de Amílcar Cabral como sendo em Madina, com a legenda "A tomada de Madina". Eram dois Helis, eu seguia num, com os Páras picadores na especialidade As ordens eram as seguintes: Eu largava um Pára que picaria o terreno para os Helis aterrarem. Assim foi executado. Para que o IN pensasse que havia muita tropa, foi feita uma manobra de diversão. Enquanto o Gen Spínola estava em terra, os dois helis aterravam e levantavam fazendo voltas de pista, para sugerirem muitos efectivos. As movimentações em terra eram feitas com muito cuidado. No único local onde há montes na Guiné [, as famosas Colinas do Boé,], os Helis apareciam e desapareciam para dar a ideia de muito aparato. Recuperado o Chefe, Maj Durão, fotógrafo, e julgo mais um graduado, e os quatro Páras, que seguiram comigo, nunca mais voltei a aterrar em Madina do Boé. Com estas fotos, Spínola queria mostrar que Madina ainda era controlada por nós, mesmo abandonada. Porquê toda esta tosca explicação? Acho que seria inapropriado o PAIGC ir com o seu Povo fazer uma cerimónia de independência num local que eles sabiam estar minado. Não saberia a FAP que eles nunca iriam a Madina ? A cerimónia terá sido mesmo em Madina do Boé, dentro da Guiné? A Guiné-Conacry fica ali a dois passos. Gostaria de saber se, em 1973, o Gen Bettencourt Rodrigues aterrou em Madina ou só fez umas passagens para ver se havia alguém. Afinal não estou a esclarecer nada, estou a aumentar as dúvidas!!!